Se alguém ainda duvida do poder e da popularização das tecnologias de cloud computing, um novo estudo da Cisco veio para deixar tais questões ainda mais de lado. De acordo com a quinta edição do Índice Global de Cloud da empresa, o tráfego de dados na nuvem deve quadruplicar até 2019, alcançando a absurda marca de 8,6 zettabytes – um total que, para se ter uma noção, ultrapassa a marca de nove bilhões de TBs.
O prazo de quatro anos pode parecer um futuro distante, mas essa movimentação toda na nuvem é motivada por tecnologias que estão por aí já nos dias de hoje. Segundo a Cisco, a utilização cada vez maior de servidores remotos por usuários finais – principalmente por conta de dispositivos móveis como celulares ou tablets –, além da popularização dos dispositivos da Internet das Coisas, estão entre os maiores fatores que contribuem para o aumento cada vez mais rápido na carga de dados enviados. Para se ter uma ideia, em 2015 se produziram mais dados do que nos últimos 500 anos, somados.
Além disso, a Cisco cita também a adoção desse tipo de tecnologia por empresas de todos os portes, um número que vem crescendo cada vez mais. Não apenas isso, mas as companhias também vêm demandando cada vez mais velocidade e disponibilidade de tais plataformas, na mesma medida em que colocam mais e mais aplicações na nuvem. O resultado é uma carga muito mais densa e, claro, maior tráfego de dados pela internet, uma taxa que deve crescer mais de 30% até 2020.
As aplicações de cloud computing estão, inclusive, ultrapassando as demandas de data centers, normalmente citados como os maiores gulosos em termos de dados. Enquanto o tráfego desse setor é estimado em 10,4 ZB por mês em 2019, apenas o volume obtido pela Internet das Coisas é mais do que quatro vezes maior, com 42,3 ZB mensais. Quando se somam todas as outras aplicações, então, esse total é estratosférico.
No relatório, a Cisco também prevê mais um ponto de virada para 2019 – pela primeira vez, o total de dados armazenados remotamente deve ultrapassar as informações que estão dentro de PCs. Daqui a quatro anos, 51% das informações dos usuários estarão em smartphones, tablets ou na nuvem, com 55% da população mundial utilizando pelo menos um tipo de serviço cloud. A cada semana, 30 milhões de novos devices são conectados à rede e o consumo pessoal deverá ultrapassar os 5 TB por indivíduo em 2020. Ainda assim, a quantidade de dados gerados pelos devices IoE será 227 vezes maior do que os criados por end users no mesmo ano.
Por conta da explosão de dados, uma série de inovações deve surgir. Tecnologias de otimização de servidores, por exemplo, devem agilizar o tráfego de forma a garantir maior disponibilidade, dividindo-o em camadas de acordo com a demanda e utilizando melhor o poder de processamento de cada um.
Apesar de esse cenário parecer um tanto apocalíptico e desesperador, a Cisco enxerga tudo com bons olhos. A empresa cita que, apenas em 2015, 81 países cumpriram os requisitos avançados de preparação de redes móveis, enquanto 119 fizeram o mesmo para redes físicas, aumentando a estabilidade dos sistemas e garantindo uma taxa de upload e download suficientes para que as aplicações na nuvem funcionem de forma confiável e sem interrupções.
Isso se traduz em velocidades de download de 2.500 kbps e de upload superiores a 1 mil kbps, além de uma latência menor do que 100 ms. É claro, toda essa velocidade pode não estar disponível aos usuários, mas muitas das redes em funcionamento hoje já estão preparadas para todo esse volume, principalmente no combinado entre todos os utilizadores ao mesmo tempo.
Outro dado que mereceu a atenção da Cisco foi a diferença no crescimento entre as nuvens públicas, aquelas cujos serviços são compartilhados por meio de uma rede, que vêm apresentando taxas de adoção maiores do que as privadas. Aqui, também, temos o já citado aumento nas cargas de trabalho, que deve ter um incremento anual de 44% ano a ano, contra 16% na alternativa fechada.
O futuro, para a Cisco, é cada vez mais conectado, e não existe mais forma de voltar atrás. Agora, é a vez das companhias, principalmente aquelas de infraestrutura, garantirem que as vantagens estratégicas do cloud computing não sucumbam diante de redes ineficazes. No panorama global, porém, tudo parece ir bem, obrigado.
Fonte: Canaltech
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