Pace layered: como usar essa abordagem na transformação digital?

O pace layered é uma metodologia e um framework desenvolvido pela consultoria Gartner, com mais de dez anos de existência. O método ajuda os líderes de negócio a enfrentarem os desafios relacionados à adaptação contínua às novas tecnologias— e sem comprometer a eficiência e a integridade dos sistemas existentes.

Neste artigo, vamos explorar o conceito e o modo com que essa metodologia ajuda no desenvolvimento e implementação de novas aplicações dentro das empresas. Além disso, falaremos dos benefícios da classificação de sistemas e ideias. Boa leitura!

O que é pace layered?

Pace layered é uma metodologia de desenvolvimento que categoriza, seleciona, gerencia e orienta esquemas de governança. Ela foi criada pela consultoria norte-americana Gartner, com o objetivo de auxiliar empresas a modernizar tecnologicamente seus processos e inovar.

Essa abordagem interrompe, ou ao menos minimiza conflitos que dificultem o trabalho conjunto entre os profissionais de tecnologia da informação e os responsáveis pela definição dos objetivos de negócio.

O pace layered auxilia na classificação das prioridades de negócio com base no valor estratégico de cada processo e no ritmo de mudanças exigidas. De modo resumido, a iniciativa garante que as soluções digitais e procedimentos adotados se alinhem totalmente às metas da organização.

De acordo com o artigo do Gartner que apresentou essa abordagem ao mundo, as organizações precisam utilizar a tecnologia para inovar — e, simultaneamente, promover um ambiente que apoie os processos fundamentais de cada negócio.

Uma das chaves para que isso ocorra é por meio da discussão minuciosa de como cada profissional descreve as suas ideias para fazer com que o negócio se moderniza. Muitas vezes, esses insights se enquadram em três categorias principais:

• ideias comuns — essas iniciativas seguem os processos mais tradicionais, já enraizados nas atividades-fim da empresa. Isso ocorre, também, porque é necessário atender a uma série de regulamentações impostas. Naqueles casos em que o objetivo dos líderes é levar a melhor sobre um determinado concorrente, em algum projeto, os procedimentos visam a melhoria do desempenho e não necessariamente uma forma diferente de executar esse projeto;
• ideias diferentes — nesse contexto, os líderes de negócio não querem apenas executar processos de maneira diferenciada: eles também podem especificar os detalhes de como a essa nova abordagem deve ser adotada. Além disso, é esperado que alguns detalhes mudem frequentemente, com ajustes pontuais;
• ideias novas — nesse contexto, os líderes de determinada empresa estão pensando em um conceito ainda em estágio inicial. Eles ainda não estão no ponto em que podem ser bem específicos em relação aos detalhes de como tudo deve ocorrer. Os gestores querem visualizar uma prova de conceito, por exemplo, que potencialmente possa passar por várias iterações rapidamente. Após essas etapas, será possível decidir o caminho exato a prosseguir ou decidir que não vale mesmo a pena prosseguir com um novo conceito.

Para facilitar a construção de aplicações que apoiem todas essas categorias de ideias de negócio, e que aborde a necessidade de mudanças frequentes, que a consultoria Gartner desenvolveu a metodologia conhecida como pace-layered. Em português, seria algo como “camadas de ritmo”.

Além dessas diferentes ideias, a consultoria ainda definiu três categorias para distinguir os tipos de aplicações e ajudar diferentes empresas a desenvolver estratégias apropriadas para cada um dos seus objetivos:

• sistemas de registro — esses elementos são a base para todas as operações e estão na camada inferior da hierarquia da arquitetura de TI. É por meio deles que é possível gerenciar dados críticos e processar as transações principais. Nessa camada, a frequência de mudanças é baixa, uma vez que costumam ser procedimentos padronizados em muitas empresas e sujeitos a regulamentações externas, como a LGPD;
• sistemas de diferenciação — são geralmente aplicações SaaS personalizadas ou que são parte de um conjunto mais amplo. Esses sistemas têm processos e capacidades exclusivos, com um suporte ao cliente aprimorado. O ciclo de vida é, geralmente, médio (de um a três anos, por exemplo);
• sistemas de inovação — já esses sistemas são direcionados para clientes em um nível mais avançado de desenvolvimento. Proporcionam que as empresas sejam criativas e explorem novos modelos de negócio.

Quais são os benefícios do pace layered?

Confira alguns dos benefícios de adotar essa abordagem em seus processos:

• capacidade de estabelecer diferentes regras de governança, relacionadas a diferentes camadas. Basicamente, os esforços de governança de TI terão mais estabilidade, agilidade e inovação;
• foco em três fases principais do desenvolvimento e da implementação: exploração do ambiente, contextualização do sistema e aprendizado e utilização do sistema;
• facilidade para padronizar suítes de aplicativos;
• minimização dos problemas de integração;
• maximização da segurança das informações;
• alinhamento entre a área de tecnologia e o setor de negócios na empresa;
• capacidade de adaptação rápida às tendências e evoluções do mercado, o que é fundamental para gerar vantagem competitiva para a empresa;
• suporte aos sistemas legados, que armazenam dados fundamentais de cada negócio.

Como adotar essa abordagem na sua empresa?

O pace layered proporciona o equilíbrio perfeito entre a necessidade de inovar e a necessidade que os profissionais de TI muitas vezes têm de lidar com sistemas legados. Afinal, uma companhia nem sempre pode focar exclusivamente na inovação — algumas plataformas legadas armazenam dados fundamentais do negócio.

Os líderes financeiros querem ferramentas digitais modernizadas e intuitivas, que podem ser implementadas rapidamente — já profissionais de TI muitas vezes trabalham com um conjunto limitado de suítes de aplicações para resolver problemas e minimizar riscos de integração e segurança. O pace layered minimiza esse conflito.

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