Você já se perguntou o porquê de termos diversas iniciativas hoje, como o Open Finance e o Open Banking, que apostam no compartilhamento facilitado de informações entre clientes e empresas? Esses conceitos fazem parte de um ecossistema maior, conhecido como Open Data.

Os dados abertos garantem que as empresas possam desenvolver serviços melhores e as pessoas tenham um maior controle sobre os dados que querem trocar com as instituições. Para que você entenda melhor o que é Open Data e como o conceito já está sendo utilizado nesse mercado, preparamos este post. Siga a leitura!

O que é Open Data?

O Open Data, assim como iniciativas como o Open Finance, faz parte de um movimento mundial de pessoas que acreditam que os dados devem ser abertos e compartilhados livremente entre as pessoas e as empresas com as quais elas querem interagir.

No caso do Open Data, o assunto se torna ainda mais importante, já que uma quantidade gigantesca de dados é gerada diariamente, pela internet. Nesse sentido, a ideia central do movimento é: cada pessoa é a titular de suas informações e deve optar por consentir o acesso a elas.

Como as ferramentas de análise de dados (como o Big Data, Business Intelligence e ferramentas criadas pela inteligência artificial) se tornaram mais comuns, as empresas também ganharam meios mais poderosos de refinar os dados que elas coletam — e a partir deles, gerar insights valiosos para o negócio.

Com isso, também cresceu a preocupação das pessoas em relação às informações que são utilizadas. Nesse contexto, o Open Data reflete essa conscientização, mas também a possibilidade de que os dados sejam utilizados livremente e facilitem a interação entre pessoas e instituições.

Com o avanço do Open Data, os dados coletados e tratados (também conhecidos como smart data), poderão ser utilizados por diversos segmentos, como as instituições financeiras, transporte, telecomunicações e outros.

Diversos setores, que enxergam a oportunidade de oferecer melhores serviços, estão colaborando para que essa democratização do acesso seja expandida.

Assim, podemos dizer que o Open Data pretende proporcionar o manuseio dos dados em sistemas robustos e compatíveis entre si, de forma dinâmica. As instituições de todos os setores poderão compartilhar informações para garantir mais eficiência no contato e nas transações com seu público.

É muito importante enfatizar que o Open Data só será possível se houver autorização expressa de cada pessoa que têm os seus dados utilizados.

Os tipos de dados abertos

Qual dado pode ser considerado “aberto”? Para entrar nessa categoria, cada item deve ter algumas características específicas:

  • estar completo e ser atual, de uma forma que não gere custos altos para que uma parte interessada esteja interessada em copiar esse dado. O cenário mais favorável é que ele seja disponibilizado para ser baixado diretamente na internet;
  • ser acessível em um formato não proprietário para que seja utilizado livremente. Além disso, os dados devem ser disponibilizados por meio de termos de atualização que possibilitem a reutilização e a redistribuição, inclusive a mistura dos dados em outras bases;
  • participação universal: o dado deve ser processável em qualquer máquina e estar disponível para qualquer pessoa.

Nesse sentido, essas três características foram sistematizadas e sugeridas por David Eaves, um dos principais ativistas do movimento de dados abertos:

  • caso um dado não possa ser encontrado ou indexado na web, ele não existe;
  • caso o dado não seja disponibilizado em um formato aberto e legível por uma máquina, não poderá ser reutilizado;
  • caso os dispositivos e termos legais não permitam que ele seja compartilhado, ele não é útil para quem quer que seja.

Também é importante lembrar os cinco Vs do Big Data, que norteiam a análise e interpretação dos dados:

  • volume, a quantidade de dados a ser trabalhada;
  • velocidade, a rapidez com que eles são processados;
  • variedade, que determina o que é útil ou não;
  • veracidade, que separa dados que podem ser transformados em conhecimento relevante e aqueles que não interessam;
  • valor, se os dados trabalhados agregam valor para a empresa.

Como o Open Data funciona?

O modo de funcionamento do movimento Open Data tem diversas finalidades. Podemos citar algumas delas;

  • criação de novas ideias comerciais, por parte das empresas;
  • condução de pesquisas;
  • utilização por parte de órgãos governamentais;
  • consulta livre por parte das pessoas;
  • expansão das iniciativas de transparência e responsabilidade nas empresas.

Para desenvolvedores, por exemplo, dados fornecidos por órgãos governamentais podem ser a fonte ideal para que eles criem um aplicativo para que os usuários consultem informações relevantes sobre o uso dos recursos públicos.

Além disso, pesquisadores e acadêmicos poderiam utilizar dados abertos para desenvolver novas criações e produtos para o bem público. Eles poderiam analisar informações governamentais relacionadas ao trânsito para criar soluções que reduzam o congestionamento nas metrópoles urbanas.

Esses exemplos mostram que o Open Data representa um complemento relevante a outros conceitos que enfatizam esse caráter democrático do acesso às informações, como o Open Banking e o Open Finance.

Nesse sentido, o Open Data oferece diversas possibilidades para que as empresas possam inovar e desenvolver soluções personalizadas. Do mesmo modo, os clientes também terão um acesso facilitado a informações de seu interesse, presentes na internet.

Na atualidade, um dos principais obstáculos para a construção de um ambiente que democratize o acesso aos dados é a chamada interoperabilidade, que representa falta de capacidade de diversos sistemas e empresas trabalharem juntas — o que estimula iniciativas de inovação aberta, por exemplo.

Assim, o Open Data surge como uma alternativa para garantir a cooperação geral. Basta pensar no próprio conceito de inovação aberta, que envolve até mesmo empresas concorrentes trabalhando juntas para atender às necessidades do público.

Qual a importância do Open Data?

O Open Data proporcionará mais competitividade. Afinal, de acordo com um estudo feito pela consultoria McKinsey, as economias que adotam o compartilhamento de dados para finanças podem ter ganhos de PIB entre 1% e 5% até 2030, com benefícios sendo repassados para consumidores e instituições financeiras.

Assim, os dados abertos serão responsáveis por levar a produtividade a mercados emergentes, como a América Latina e a África. Isso impulsionará empresas de todos os segmentos e portes. Além disso, outras vantagens são:

  • maior segurança, pela facilidade que as pessoas terão de consultar seus próprios dados e também em relação às soluções que serão utilizadas para protegê-los;
  • direcionamento mais preciso das ações de marketing, o que proporciona maiores níveis de conversão e vendas;
  • redução de custos por parte das empresas, que poderão alocar seus recursos em estratégias mais certeiras de captação e atração de clientes;
  • automatização de processos, que melhora a cadeia de negócios e tira tarefas repetitivas das mãos de colaboradores talentosos;
  • de modo geral, acesso facilitado dos seus próprios dados a qualquer pessoa.

Agora que você já sabe o que é o Open Data, já poderá preparar a sua empresa para aproveitar um mundo com um compartilhamento cada vez mais abrangente de dados. Como vimos no artigo, isso será produtivo para todos: consumidores, instituições, órgãos governamentais e cidadãos.

E aí, tem algo a dizer sobre o tema? Então, deixe um comentário e compartilhe conosco os seus insights!


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