As dinâmicas das interações sociais, comerciais e profissionais estão cada vez mais influenciadas pela tecnologia.

Nesse ambiente, especialmente impulsionado pela crescente adoção de modelos de trabalho híbridos, a importância da segurança da informação se torna ainda mais evidente e crítica. Para enfrentar com sucesso esse desafio em constante evolução, surge o conceito do “security by design”.

Afinal, seu objetivo central é mitigar os potenciais riscos que podem ter sérias repercussões, tanto para as organizações quanto para os usuários finais.

A seguir, vamos explorar como esse conceito é implementado na prática e examinar suas diversas aplicações e por que ele é a chave para garantir total proteção contra os riscos digitais. Boa leitura!

O que é Security by design?

O conceito de “Security by Design” é de suma relevância para a indústria de segurança da informação. Ele envolve a consideração da proteção desde as fases iniciais do desenvolvimento de um novo software, contemplando todas as potenciais ameaças que a aplicação possa enfrentar.

Somente as empresas que não fazem uso de software e não possuem conexão com a internet estão isentas de exposição aos riscos digitais. No caso das demais, torna-se imperativo o uso de aplicações seguras. Com a evolução da transformação digital, uma infinidade de novas soluções tecnológicas é desenvolvida para aprimorar as operações empresariais.

Dessa forma, as fontes de conhecimento incluem a conformidade com regulamentos e padrões exigidos pelo mercado, bem como os procedimentos, políticas e diretrizes de segurança da própria empresa. Além disso, seguem os princípios fundamentais do “Security by Design”:

Autenticação

Este princípio se baseia em técnicas de autenticação multifator, fornecendo elementos que garantem a legitimidade e validade da identificação apresentada pela empresa ou entidade solicitante.

Autorização

Trata dos privilégios concedidos a uma entidade autenticada, com a possibilidade de aplicação do princípio do privilégio mínimo.

Confidencialidade

Envolve as diretrizes estabelecidas ao longo do ciclo de vida dos dados, desde sua origem até o armazenamento ou descarte.

Disponibilidade

Este princípio aborda requisitos relacionados à continuidade dos negócios e recuperação de desastres, incluindo a exposição do software a riscos de destruição de ambientes e interrupção de serviços.

Integridade

Tem como objetivo garantir a confiabilidade e proteção contra modificações não autorizadas. Portanto, um sistema íntegro é aquele em que as alterações ocorrem somente no cenário de autorização projetado, e o sistema opera conforme o planejado.

Responsabilidade

Esse princípio promove a criação de um histórico das ações do usuário por meio de uma trilha de auditoria.

Qual a importância na segurança empresarial?

A implementação do conceito “Security by Design” traz consigo uma série de vantagens, tais como economia e eficiência na solução e correção de problemas. Além disso, permite que os sistemas se tornem mais seguros à medida que as estratégias de segurança se adaptam às mudanças no processo de desenvolvimento.

Nesse contexto, a OWASP (Open Project Application Security Project) estabeleceu princípios orientadores para o “Security by Design” (SbD), incorporando os conceitos da análise STRIDE para identificação de riscos e ameaças, bem como do método DREAD para a classificação dessas ameaças.

Para reduzir a probabilidade de ocorrência de falhas, é fundamental abordar determinados requisitos desde o estágio inicial do projeto, tais como a implementação de testes contínuos de segurança, a adoção de autenticação mais robusta para restringir o acesso ao esboço e a adesão às melhores práticas de programação.

Para se ter uma ideia, a partir de 2020, as empresas no Brasil passaram a ter a responsabilidade legal de garantir a segurança das informações sensíveis de seus clientes. Isso está conforme a nova legislação, a Lei n° 13.709, popularmente conhecida como LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), que foi aprovada em agosto do mesmo ano. Esta legislação estabelece multas que podem alcançar até R$ 50 milhões para cada ocorrência de roubo de dados.

Então, vamos supor que uma empresa coleta informações sensíveis, como nome, CPF e endereço pessoal, por meio de um sistema online que apresenta uma vulnerabilidade em sua arquitetura, possibilitando que um agente mal-intencionado intercepte o tráfego e roube esses dados.

Esse seria um grande problema, porém, o ideal é que as empresas já tomem medidas preventivas para adotar tecnologias de segurança da informação e desenvolver sistemas e aplicativos seguros desde o início do processo. E é nesse cenário que entra o Security by Design.

Quais os principais problemas da segurança digital?

Os criminosos cibernéticos frequentemente parecem estar à frente das medidas de segurança, pois conseguem aprimorar estratégias já utilizadas incorporando técnicas mais recentes que tiram proveito do progresso tecnológico.

Por isso, é crucial ficar atento aos principais ataques na segurança digital e alinhar com security by design para melhor resolução nessas questões. Acompanhe.

Ramsonware

Essa é a principal ameaça digital enfrentada pelas empresas na atualidade. Trata-se de um tipo de malware que, ao se instalar nos sistemas de uma organização, criptografa os arquivos mais cruciais e exige o pagamento de um resgate para desbloquear os dados. Em um mundo cada vez mais interconectado, a perda de informações acarreta enormes prejuízos financeiros.

Vazamento de informações

A maioria dessas violações ocorre devido a vulnerabilidades identificadas pelos criminosos cibernéticos na infraestrutura da organização, como acesso não autorizado. Nesse contexto, os impactos vão além das perdas financeiras, afetando também a reputação da empresa.

Phishing

Trata-se de uma ameaça de longa data, que surgiu nos primórdios da internet comercial, porém, continua a ser relevante e perigosa nos dias de hoje. O phishing emprega estratagemas para capturar informações financeiras de usuários e empresas, e atualmente, com o avanço das redes sociais e aplicativos de mensagens, o compartilhamento de links fraudulentos aumentou consideravelmente.

Como aplicar o security by design eficientemente?

Separamos os principais pontos que devem ser observados na hora da implementação desse recurso. Acompanhe!

Modelagem de ameaças

Também pode ser vista como uma fase adicional no processo de desenvolvimento de software. Essa etapa envolve uma análise abrangente de todos os elementos que, potencialmente, poderiam representar futuros riscos para a segurança de um sistema.

Avalie requisito e arquitetura de segurança

Além da prática da modelagem de ameaças, a incorporação de requisitos de segurança é de extrema importância. Isso permite que um software seja desenvolvido ou mantido com foco na segurança, tornando-o resistente, por exemplo, a ataques externos.

É relevante ressaltar que essa abordagem vai além de simplesmente ter um código-fonte bem elaborado; as políticas e a participação das pessoas também desempenham um papel fundamental no contexto do security by design, em que envolve a integridade, confidencialidade e autenticação.

Avalie o desenvolvimento como um todo

O conceito de segurança incorporada também valoriza a usabilidade e a escalabilidade de um software. Em outras palavras, embora a segurança seja prioritária, ela é integrada naturalmente ao processo de desenvolvimento, como exemplificado pelo Microsoft Security Development Lifecycle (SDL).

Esse modelo é amplamente adotado por desenvolvedores e incorpora requisitos relacionados à privacidade e à segurança ao longo de todo o ciclo de um projeto. Além disso, ele é facilmente aplicável a equipes ágeis, bem como a projetos relacionados à Inteligência Artificial e à Internet das Coisas (IoT).

Esse foi o nosso post detalhado sobre security by design com as melhores dicas para tomar como nota. Afinal, ele se torna crucial, especialmente para os novos tempos que presenciamos, em que a segurança digital deve ser tomada como prioridade a fim de evitar ataques como ransomwares e até mesmo vazamento de informações.

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